quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Eu mi perco




Andando pela rua, num mundo além de tudo. A paisagem verde é alta ao meu lado. O vento em meu rosto, faz meu cabelo voar. Automóveis passam, alguns dizendo gracinhas. A vida é amarga. Me fez perder todo o pouco que eu tinha. O nada. Era minha realidade agora. Apenas meu tênis e jaqueta de couro. Isso me faz lembrar você. Adorava enroscar o nariz e sentir o cheiro que emanava da sua jaqueta. Você era engraçado e irritante. Não tinha controle. Não sabia a hora de parar. Era impulsivo. Insano. Não media as conseqüências. Apenas fazia o que desse na telha. Me fazia sofrer. E eu gostava da dor. Masoquista e idiota. Meus sobrenomes. Eu queria você. Com seu jeito rebelde, em que faziam as pessoas balançarem a cabeça. Mais eu amava você. Você as vezes me tratava como um brinquedo. Entrava na hora que quisesse e saía da mesma forma. Eu tinha vontade de bater em você. Vontade de estrangular você. De ver você sofrer. Mais ao mesmo tempo, eu o amava. Eu queria estar perto de você. Sentir seu cheiro e gosto. Nós gritávamos, batíamos a porta um na cara do outro. Nos ofendíamos. Isso me fazia lembrar Heathcliff e Catherine. Nós devíamos ser os dois em outra geração. Tínhamos um relacionamento de amor e ódio. Até que você cansou. Eu não tinha pra onde ir. Na verdade não tenho. Nunca consegui enxergar o que você era. É. Tenho nojo de você. Nojo até de mim por desejar você. Apenas sigo na estrada dolorosa, tentando fazer meus pulmões respirarem novamente. Tentando fazer minhas bochechas ganharem cor. Tentando sorrir porque eu quero e não forçando. Tentando fazer as lágrimas pararem de cair. Tentando prosseguir. Tentando renascer das cinzas. Tentando ser uma fênix. Tentando ser forte. Tentando reconstruir minha vida. Tentando esquecer você. Tentando me salvar. Me salvar de você.

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